Onde estão as competências pessoais e sociais das nossas crianças?
Encontramo-nos numa era tecnológica onde o imediato, os estímulos sensoriais e a capacidade de “passar à frente” predomina. Onde, apesar da facilidade/rapidez na aprendizagem de competências digitais, as competências pessoais e sociais ficam um bocadinho secundarizadas. Temos, no entanto, um sistema educativo que pede às nossas crianças uma atenção, concentração, responsabilidade e escuta-ativa para as quais muitas das nossas crianças não se encontram preparadas. Assim sendo, como conciliar estas duas ideias que, inicialmente parecem contraditórias e, principalmente, como podemos ajudar as nossas crianças a trabalhar estas competências pessoais numa era digitalizada?
A família, a escola e todas as instituições que estão envolvidas na vida da criança têm um papel fundamental no desenvolvimento destas competências e na gestão das mesmas, tentando encontrar um ponto de equilíbrio. Por isso, a primeira dica que podemos dar é:
- TER A CAPACIDADE DE PEDIR AJUDA E DE ESCUTAR PERSPETIVAS DIFERENTES
Não nascemos com um manual de instruções, e embora todos iguais, temos personalidades e maneiras de ver/pensar/agir diferentes uns dos outros. As nossas crianças são iguais. A partilha de ideias e capacidade de pedir ajuda são fundamentais para conseguirmos obter outras hipóteses e estratégias na forma como nos podemos relacionar com os nossos meninos e na maneira como lhes passamos essas competências fundamentais para crescerem de uma forma
saudável e responsável.
- DEFINIR REGRAS CLARAS E DAR O EXEMPLO, PROMOVENDO O USO RESPONSÁVEL DAS
TECNOLOGIAS
A necessidade de criar regras no uso das novas tecnologias, seja em estipulação de horários ou na restrição de conteúdos, por exemplo, torna-se importante para o desenvolvimento de uma criança que compreende os limites, que sabe gerir o seu tempo, e principalmente desenvolve a responsabilidade.
- ESTABELECER TAREFAS DIÁRIAS GRADUAIS E VALORIZAR O ESFORÇO
Envolver a criança na rotina diária de casa e da escola (por exemplo, arrumar os brinquedos, ajudar a meter a mesa, etc…) e reconhecer o esforço da criança através das palavras, para além de promover a motivação dos nossos meninos, permite que os mesmos se sintam úteis (desenvolvendo a autoestima) e criando responsabilidade, promovendo as interações com os outros e secundarizando as tecnologias em prole do convívio social e das responsabilidades que,
afinal, podem ser divertidas!
- PROMOVER A EMPATIA
A empatia não é só sobre identificar o que o outro sente, mas tentar “colocar-me nos sapatos do outro”. Permitir que a criança faça esta reflexão em vários momentos do dia, inclusive sobre o uso das tecnologias e os seus perigos, facilita na gestão e no cuidado do uso das mesmas e promove uma criança que começa a ter atenção às suas emoções, a si mesma e ao mundo que a rodeia!
Assim, EDUCAR PARA AS COMPETÊNCIAS PESSOAIS/SOCIAIS NÃO É SOBRE COBRAR EM EXCESSO OU PROIBIR, MAS SIM SOBRE AJUDAR OS NOSSOS MENINOS A PERCEBER QUE PODEM CONTRIBUIR, ENVOLVER-SE E CUIDAR DE SI MESMOS E DO MUNDO QUE OS RODEIA.
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